Por Daniel Lima
Com estreia marcada para a próxima quinta, dia 1 de novembro, Bohemian Rhapsody promete ser um dos grandes sucessos musicais que vamos receber nesse ano.
A trama não tem muito mistério, servindo como relato crônico da vida do jovem Farrokh Bulsara, descendente de uma família de indianos morando em Londres com os pais e irmã. O sonho subversivo, rebelde e a veia de artista pulsante o conduzem diretamente ao encontro de Brian May e Roger Taylor, juntos constituindo a primeira formação do que viria a ser uma das maiores bandas a passar por este planeta. Ao assumir o nome Freddie Mercury, o cantor e seus companheiros seguiram rumo ao estrondoso sucesso, precisando lidar com diversos percalços, entre eles a descoberta da verdadeira sexualidade de Freddie e sua consequente egolatria.
Narrativamente, Bohemian Rhapsody é um filme dinâmico e é com certeza um entretenimento garantido. Cronologicamente, porém, os erros são enormes. Para uma biografia, o longa deixa inúmeros buracos e erros cronológicos que podem enfurecer parte do público que conhece a trajetória do grupo. Entre os furos, o mais caótico é o que coloca a clássica apresentação no primeiro Rock in Rio cinco anos antes de ter verdadeiramente acontecido.
As coisas começam mal quando Queen aparece numa digressão americana em 1974-1975 ao som de Fat Bottomed Girls, escrito somente em 1978. Mais à frente, We Will Rock You (1977) é composto em 1980 e Another One Bites The Dust (1980) é escrito em 1982, para terminar uma discussão do grupo na gravação do álbum Hot Space. Para quem conhece a história dos Queen, tudo isto é no mínimo bizarro. Essa falta de cuidado não deixa de ser desconcertante.
Outro detalhe é a performance do protagonista Rami Malek na pele de Mercury, que embora tenha convencido, em muitos momentos é apenas uma caricatura do cantor. O fato do ator ser constantemente dublado em todas as suas apresentações, que mesclam da voz original do cantor com um imitador é outro ponto negativo.
Bohemian Rhapsody não compartilha todo o excesso de Mercury, o que não quer dizer que não reconhece as facetas mais sombrias do grupo. É um filme biográfico que favorece a experiência sensorial sobre a exposição. Entende o que o rock'n'roll divertido e eletrizante pode ser. O longa entrega cenas reais e emotivas, fazendo sua qualidade dramatúrgica sobressair às deficiências. A cena final é incrível, que nos faz imergir por completo na apresentação do Queen no Live Aid. É completamente impossível resistir.
Nota do Crítico: 07/10
terça-feira, 30 de outubro de 2018
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Bohemian Rhapsody - Crítica (SEM SPOILERS)
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