segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Bird Box - Crítica (SEM SPOILERS)

Por Daniel Lima

A Netflix está investindo cada vez mais em produções cinematográficas de tirar o fôlego, e um ano após a uma de suas maiores produções (leia-se Bright - filme interessante com o Will Smith que agradou boa parte da crítica e desagradou boa parte do restante) chega ao serviço Bird Box, estrelado por ninguém menos que Sandra Bullock.

A trama é um pouco clichê e se assemelha muito ao elementos que já vimos em filmes como Um Lugar Silencioso e ao medonho (de ruim) Fim dos Tempos. Mas não se engane. Não é por ser um filme clichê que ele é ruim, muito pelo contrário, ele cumpre seu objetivo de te prender na frente do Streaming nas suas duas horas de duração, fazendo o espectador roer as unhas de nervoso, sem saber o que está por vir. E isso é maravilhoso.

Bird Box é a adaptação da obra de Josh Malerman de mesmo nome, e acompanha Malorie, uma solteira prestes a tornar-se mãe e com muitas inseguranças quanto a isso. Essas preocupações evoluem para outro patamar quando uma força misteriosa passa a atacar o mundo, fazendo com que qualquer um que olhe para ela seja levado à insanidade, homicídio ou suicídio.

O filme se desenvolve em dois momentos diferentes da história de Malorie, que serão interligados no final. O primeiro começa durante o surto inicial, com a protagonista perdendo sua irmã e sendo resgatada por um grupo de improváveis sobreviventes que juntos tentam entender o que está acontecendo ao mundo. Aqui está um pouco do problema do filme, visto que os personagens apresentados não tem carisma e estão ali somente para perder a vida ou sumir no meio do enredo, sem um desfecho para sua história.

Ao mesmo tempo, somos jogados a alguns anos depois no pós-apocalipse, mostrando a incansável luta de Malorie por um pouco de paz. Aqui, as coisas são melhor trabalhadas, visto que Malorie está bem mais madura e bem mais calejada ao mundo apocalíptico. Ela faz de tudo para salvar sua família, seus filhos que estão com ela descendo um forte rio em busca de um prometido abrigo final. As maiores cenas de tensão do filme estão nesse arco, e acontecimentos aqui que nos fazem ter a curiosidade de saber como as coisas ficaram daquele modo.

O filme está longe de ser um dos melhores blockbusters do ano, mas cumpre com maestria seu propósito. É um filme de suspense psicológico, que tem como foco oculto significado de ser uma mãe, mas a execução rasa só deixa a sensação de uma adaptação feito às pressas. Como a própria atriz já revelou em algumas entrevistas, o longa não passa "de uma metáfora sobre a maternidade"...


Nota do Crítico: 06/10

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